quinta-feira, 3 de junho de 2010

Guardadores de vagas dizem que são obrigados a pedir demissão

"Acordo força a gente a abrir mão de nossos direitos”, disse um guardador. Após reclamações, Paes ordenou rompimento do contrato com Embrapark.

Fonte: G1 RJ

Funcionários da Embrapark, empresa responsável pela administração do estacionamento nas ruas do Rio, se dizem obrigados a pedir demissão para trabalhar como autônomos. “Eles estão obrigando todos os funcionários a ir lá fazer acordo. E nesse acordo força a gente a abrir mão de todos os nossos direitos”, afirmou um dos guardadores.
A empresa nega que esteja obrigando os guardadores a fazer um acordo e pedir demissão. A Embrapark foi considerada pela prefeitura incapaz de oferece um serviço organizado. O prefeito Eduardo Paes ordenou o cancelamento do contrato.
O estacionamento nas ruas da cidade é um problema que está difícil de ser resolvido. Faltam guardadores, sobram flanelinhas. Comprar o ticket de estacionamento em oito bairros da Zona Sul controlados pela Embrapark não tem sido tão fácil. A empresa deveria ter mais de 600 guardadores oficiais. Mas a prefeitura já constatou que esse número é bem inferior.
Os funcionários da Embrapark explicam porque muitos sumiram das ruas. “Nosso fundo de garantia só foi depositado até novembro”, disse um guardador. Já a Embrapark afirmou que está pagando em parcelas o fundo de garantia dos funcionários.
O motorista, prevenido, dá um jeitinho para conseguir o talão de estacionamento: “Eu já tenho porque compro com pessoal que eu conheço então ando sempre no porta luva”, disse um motorista. No entanto, o jeitinho pode acabar em multa: “Se eu não acho, ponho um talãozinho velho”, alegou outro.
O novo Rio-Rotativo foi implantado em novembro de 2008. E já no início houve confusão. Os guardadores antigos não queriam sair das ruas. E os problemas não acabaram. Em agosto de 2009, o RJTV fez novos flagrantes de flanelinhas ocupando o lugar de guardadores autorizados.
“Trabalho aqui há dez anos e não vou sair daqui”, disse um flanelinha.
Nas ruas, motoristas reclamavam da dificuldade em encontrar os talões azuis. Em janeiro deste ano, a Embrapark deu um prazo para regularizar o serviço. Na época, a empresa chegou a afirmar que resolveria a situação em 15 dias, mas não foi o que aconteceu.
Rompimento do contrato
Há quinze dias, o prefeito Eduardo Paes decidiu, então, romper o contrato com a Embrapark. A prefeitura informou que a empresa nunca respeitou totalmente o contrato. O não cumprimento das exigências determinadas pode significar uma multa de quase R$ 5 milhões. O caso está sendo analisado pela Procuradoria Geral do Município.
Segundo a Secretaria municipal de Transporte, a forma como se dará essse rompimento está sendo analisada com cuidado para que a Embrapark não possa recorrer judicialmente. No último dia 3, ela completou um ano administrando as mais de nove mil vagas do Leme a São Conrado. A Secretaria não informou o nome da empresa que vai passar a oferecer o serviço.
Falta de comprometimento
Nos últimos doze meses, vários guardadores autônomos foram presos por brigas com funcionários da Embrapark. As secretarias de Transportes e de Fazenda, além da Procuradoria Geral são os órgãos responsáveis por analisar a ruptura contratual.

Ainda de acordo com a Secretaria de Transporte, o motivo do rompimento é a falta de comprometimento da empresa. A Embrapark não estaria comprando o número de bilhetes de estacionamento determinados pela prefeitura e seus funcionários não compareciam ao trabalho por falta de pagamento. A reclamação da população também contribuiu para a decisão do prefeito.
A empresa chegou a ser advertida pela prefeitura, mas segundo a Secretaria de Transporte, não melhorou o serviço.
Veja o video do RJTV.

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