domingo, 13 de novembro de 2011

Brigada Militar promete rigor contra flanelinhas ilegais na Capital

Corporação apresentou regras novas para a prestação do serviço, a partir desta quarta

Os guardadores de veículos de Porto Alegre terão de se adequar se quiserem seguir trabalhando nas ruas, a partir desta quarta-feira. O comandante do Comando de Policiamento da Capital apresentou as regras novas que vão balizar o serviço. Conforme o coronel Atamar Manoel Cabreira Filho, os profissionais atuarão com coletes que terão o nome do guardador, o registro profissional e a entidade a qual ele está filiado. Além disso, os guardadores terão que observar normas de conduta, emitir tickets aos condutores e não exigir valores adiantados.

De acordo com o coronel, o ticket gera um vínculo entre o guardador e o usuário do veículo, que pode usar o registro para um eventual processo judicial na situação de dano. Atamar ressaltou que no primeiro momento a Brigada Militar vai reforçar a fiscalização no Centro e orientar o flanelinha ilegal a sair da rua. Caso desrespeite a orientação, ele pode ser preso e assinar um termo circunstanciado. O subsecretário municipal de Governança Local, Marcos Botelho, já deixou claro, porém, que o ticket não representa um vínculo do guardador com a Prefeitura.

Para o presidente do Sindicato dos Guardadores de Automóveis de Porto Alegre, Airton Vargas Correa, o ticket deve reduzir os conflitos entre os profissionais e os motoristas. A entidade informou que mais de 150 guardadores já se adequaram para atuar nas vias da cidade. Correa disse que há 1.080 registrados no Ministério do Trabalho e aptos para buscar o registro na entidade. O guardador João Abreu, com 34 anos de atuação, avaliou que o apoio do poder público vai permitir que o trabalho seja desenvolvido com tranquilidade.

Fique atento
O uniforme dos guardadores cadastrados é composto por um jaleco preto com listras douradas e duas faixas brancas na cintura. A calça também é preta, com duas listras douradas do lado. O documento de identificação fica visível, colocado em um bolso transparente. Na frente do jaleco é impresso o logotipo da associação, sindicato ou cooperativa ao qual pertence o guardador. Um boné, metade preto com aba amarela e duas bandeiras do Rio Grande do Sul na frente, é de uso opcional. Os guardadores também serão obrigados a trabalhar portando a carteira de trabalho. Para que eles exerçam o serviço, a Delegacia do Trabalho exige uma ficha de negativa de antecedentes na polícia.

sábado, 5 de novembro de 2011

Milicianos controlam 47 ruas e dez estacionamentos em terrenos públicos no Centro

Estacionamento instalado pela milícia numa área pública, pertencente à prefeitura, nos arredores da Praça Quinze (Foto: Marcos Tristão / Agência O Globo)
RIO - Em maio deste ano, Ricardo Cesar Ribeiro de Lemos, flanelinha que atua na área dos Arcos da Lapa e morador do Morro da Providência, no Centro, procurou a 5ª DP (Gomes Freire) para registrar uma ocorrência: por volta das 14h do dia 7, um sábado, quando trabalhava na Rua da Lapa, foi expulso do local e ameaçado por homens armados que se apresentaram como policiais. Não foi o único caso registrado naquela delegacia. Pelo menos dez guardadores relataram este ano ações semelhantes de homens armados, ocupando carros e motocicletas, em diferentes pontos do Centro.
Para a subprefeitura do Centro, que cobre 18 bairros, não há mais dúvidas: uma milícia formada por pelo menos 14 policiais civis e militares passou a agir na região explorando um novo filão: vagas de estacionamento. Já estaria sob o controle do bando 47 ruas, 70 flanelinhas e dez estacionamentos que funcionam em terrenos públicos (do município, do estado e da União) - áreas tomadas à força.
Um levantamento da subprefeitura, em poder do subprefeito Thiago Barcellos, revela que o grupo paramilitar tem um faturamento mensal estimado em mais de R$ 1 milhão. A quadrilha contaria com apoio em delegacias e batalhões da PM da região, além da própria prefeitura do Rio, onde funcionários estariam facilitando a ação do bando, fazendo vista grossa.